sábado, 6 de agosto de 2011

Igreja de Nossa Senhora da Saúde (Cortegana)

É um pequeno templo, com galilé, que fica junto da estrada que de Atalaia nos conduz à Merceana. O interior, em abóbada de berço, é de planta bastante simples. O arco do cruzeiro é em pedra lioz branca, com bases, cornijas laterais e fecho do arco em mármore rosa. Tem na nave dois pequenos nichos. O retábulo do altar-mor enche o fundo da capela. É um belo modelo do século XVIII de talha policromada em tons verde, vermelho, azul e dourado, com colunas salomónicas, mísulas, medalhões e dois belos anjos nos remates larerais do frontão. É de grande efeito decorativo e bom acabamento.

O sacrário, em talha dourada com quatro colunas torsas e frontão curvo interrompido, tem uma porta com um relevo de tema pouco vulgar em peças desta índole: uma «Flagelação de Cristo». No trono do altar está a padroeira, imagem de pequenas dimensões. Estão ainda no altar-mor duas imagens setecentistas de bastante mérito, «Nossa Senhora da Conceição» e «S. José com o Menino Jesus»: são em madeira estofada e policromada. Na sacristia há outras imagens de valor. De entre elas vamos destacar um «São Bartolomeu» em pedra com restos de policromia e um e um «Santo Antão» também de pedra policromada. Ambas têm caracteres estilísticos dos finais do século XVI. Há ainda na sacristia um belo lavabo do século XVIII. É de mármore com um alçado de grande efeito decorativo.

Numa dependência atrás da capela-mor está guardada uma velha pintura sobre tábua. É de grandes dimensões (2m x 1,45m). Está bastante suja e maltratada. O tema representado é a «Aparição do Veado a Santo Humberto» o patrono dos caçadores. É uma pintura seiscentista de alguma qualidade. Pelo seu estado corre riscos de se degradar completamente.

No adro, junto da Igreja, há um pequeno oratório ligado ao grande culto popular da Senhora da Saúde.



sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Igreja de Nossa Senhora das Virtudes (Ruínas)


O pároco da freguesia, em 1758, faz a seguinte referência: « A igreja é grande e antiga, mas magestosa pela fábrica de três naves que lhe dão magestade e formosura: o Orago é Nossa Senhora das Virtudes, formosíssima imagem que o prior mandou fazer depois do terramoto pelos mais primorosos artifices de esculura e pintura que de presente tem a corte: é venerada no trono do altar mor onde tambem é singular objecto à devoção dos católicos uma venerada e respeitosa imagem de Cristo Crucificado: há mais na dita igreja quatro altares, de S. Pedro, S. Sebastião, Santo Antão e Nossa Senhora do Rosário.


No fatal estrago do terremoto do dia 1 de Novembro de 1755 padeceu abalo a Igreja Matriz nos arcos da nave que fica da parte do Norte, para onde os ditos arcos se inclinaram; e ainda hoje se amparam de grossos paus que os sustentam: a capela mor ameaçou grande ruina na abóbada, que abriu por várias partes, a que logo o prior acudiu e se reparou com toda a segurança».


Um século depois, em 1873, Guilherme Henriques descreve-a assim: « O interior do Templo é de um gosto singelo e primitivo. Da direita para a esquerda pesadas colunas e arcos góticos separam duas partes do corpo principal (...) No presente ano sofreu a Igreja uma completa reparação graças a um valioso subsídio concedido no tempo que o Exmo. Visconde de Chancelleiros esteve no ministério».


A lápide que ainda hoje se encontra na parede exterior da torre sineira assinala este restauro: EDIFICADA POR SUBSCRIÇÃO PAROQUIAL E MAIS DONATIVOS - 1899.


Da igreja actualmente restam as paredes larerais, a parede frontal, a capela-mor bastante degradada e a torre sineira.

A pia baptismal, de formato oitavado com arestas lisas, os vestígios do lançamento das arcadas que separavam as naves, o arco de um altar lateral e, nas paredes alguns azulejos enxaquetados assinalam ainda a riqueza do interior desta igreja.

Pensamos que as suas imagens se encontrem, hoje, na Igreja de Nossa Senhora da Saúde e na Capela de Atalaia.

No espaço interior há algumas lajes tumulares com inscrições, uma das quais brasonada.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Palácio dos Marqueses de Angeja (Vila Verde dos Francos)


De entre o casario da antiga Vila distinguem-se, ainda hoje pelo seu interesse histórico, as ruínas do velho palácio dos Senhores de Vila Verde.
Em meados do século XVIII escrevia-se assim num documento sobre esta povoação: «É seu Donatário ao presente o Marquês de Angeja D. Pedro José de Noronha e Camões, Camarista de Sua Majestade Fidelíssima e Vedor de Sua real fazenda (...) onde tem seu Palácio com muita grandeza, e antiguidade, com sua cerca, noras, alegretes e água todo o ano em grande abundância, muitas árvores, laranjeiras, pereiras, macieiras, ginjeiras e figueiras e mata de árvores silvestres, com um pombal de pombos bravos que não obstante os muitos que se lhe matam nas lezírias e para sustento de seus administradores sempre conservar mais de mil».




Nos finais do século XIX Guilherme Henriques escreve assim: «O palácio é um edifício solido, irregular e incompleto, que está rapidamente caindo em ruínas. Há n'ele um quarto bastante danificado, chamado o gabinete do conde, provavelmente por ter sido obra do conde de Vila Verde que foi governador da Índia, cujo tecto está repartido em quadros, representando cenas da historia da conquista da Índia, e cada quadro tem em redor os nomes dos principais capitães que se acharem n'aqueles feitos».
Este edifício arruinou-se completamente. Dele restam hoje algumas das paredes mestras... e o velho pombal, também arruinado.


Castelo de Vila Verde dos Francos



Numa pequena colina situada a curta distância da povoação ficam as ruínas de uma velha fortaleza que se supõe ser da época da fundação da nossa nacionalidade (séc. XII) e que a tradição atribui ao cruzado francês D. Alardo. Há notícias de que este velho castelo já estava arruinado nos meados do século dezoito.

É monumento considerado de interesse público.

Casa da Rainha (Aldeia Galega da Merceana)



A Casa da Rainha, que a tradição local aponta como sítio onde os visitantes reais se acolhiam nas suas passagens por estas terras, é hoje um conjunto arquitectónico bastante pitoresco.



De destacar uma escadaria com alpendre, uma porta ogival e a data de 1738. Na parede há um cachorro de pedra saliente com uma bela cabeça quinhentista.
Parte deste imóvel, que foi recuperado e restaurado, pertence à Junta de Freguesia.



Próximo deste conjunto arquitectónico encontra-se a velha Igreja da Misericórdia.


segunda-feira, 1 de março de 2010

Convento da Visitação (Vila Verde dos Francos)








Vista Geral do Convento



Antigo convento franciscano, fundado em 1540 por D. Pedro de Noronha. O Convento da Visitação guarda ainda hoje a memória dos jardins islâmicos da coltura do Al-Garb Andaluz das quintas dos antigos Almoxarifes de Alenquer e Óbidos que a partir dos finais do século X vieram procurar nesta região litoral um local aprezível onde passar o Verão, tendo sido constituído domínio senhoral em 1233, no reinado de D. Sancho I.





Jardins



Entrada Principal


Gonçalo de Albuquerque, Senhor de Vila Verde, e pai de Afonso de Albuquerque, (primeiro vice-rei da Índia), terá edificado o primeiro Convento da Visitação que desapareceu. Nos finais do século XV iniciou-se a campanha de obras do segundo Convento, por orden de D. Pedro de Noronha, donatário da vila, nestas obras trabalha João de Castilho: tendo-se conservado a Sala do Capítulo, a Sacristia, a Igreja e a Torre Sineira.



Torre Sineira


Corpo da Igreja e Torre Sineira



A pedra tumular de D. Pedro de Noronha (Sexto Senhor de Vila Verde e irmão de Afonso de Albuquerque), armoniada e datada de 1566, encontra-se no centro da nave central da Igreja. Também D. Natércia de Ataíde, a eterna namorada de Luís de Camões e mulher de D. Pedro de Noronha (Sétimo Senhor de Vila Verde), se encontra sepultada na galilé da Igreja.

Altar

A igreja, de uma nave com comprida abóbada de berço em caixotões, tem lambris de azulejos de bonitas albarradas e paineis historiados da época Joanina. O retábulo de mármore do altar está atribuído a João Antunes, arquitecto régio de D. Pedro II, e é posterior e bem assim os lambris de azulejos azuis e brancos com cenas da Vida de S. Francisco os azulejos estão datados do final do século XVII. Cobre a capela-mor, rectangular, uma abóbada nervada da época de D. João III, os azulejos da capela-mor terão possivelmente sido encomendados a Valentim de Almeida pela primeira mulher do 1º Marquês de Pombal, Teresa de Noronha e Bourbon, nonatária do Convento.

O coro sobrepõe-se à galilé, também decorada com azulejos de albarradas. A melhor e mais original dependência que resta do convento quinhentista é a Casa do Capítulo, com entrada e janela divididas por coluneto toscano, de planta quadrada e coberta por cúpula de caixotões ornamentados a fresco, a qual se apoia nos cantos em pendentes concheados, produzindo tudo um belo e invulgar efeito, tanto mais que as paredes levam silher de azulejos de albarradas seiscentistas.

Vista da retaguarda do edíficio Principal
No convento existem ainda outras três capelas ou ermidas, uma dedicada a S. Diogo, outra a Santa Madalena e a terceira a Santo Onofre.
Em 1834, com a extinção dos conventos em Portugal, o Convento é adquirido em hasta pública por Sebastião José de Carvalho, Visconde de Chanceleiros que manda edificar uma magnífica vivenda bem como o tunel e uma adega para apoio à zona vinhateira que cobre algumas das faldas da Serra de Montejunto em finais do século XIX.

Fachada do edifício principal

Tunel

Adega

A água do Convento da Visitação, foi estudada no íniciodo século XX. O professor Charles Lepierre classificou a água da nascente da Fonte do Leão como minero-medicinal, bicarbonatada, fluoretada cálcica, principalmente adequada para o tratamento de doenças do foro digestivo. Mas superior aos vestígios de arte existentes neste convento, onde se admira uma araucária grandiosa, é a vista que se descobre do terraço. Essa vista, que se aprofunda na nossa frente até ao mar de Peniche, emoldurada por surpreendente curva de vegetação, é, decerto, uma das mais belas da terra portuguesa.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Palacete do Visconde da Abrigada


O Palacete do Visconde da Abrigada foi edificado em 1880, pelo Visconde da Abrigada, Sr. José de Maria Mendonça, casado com D. Maria Leonor de Saldanha e Daun. Este é um interessante exemplar de palacete de província, de arqutectura residencial romântica, formado por dois corpos perpendiculares. Merece menção a componente ornamental que dinamiza o conjunto, e na qual se destaca o revestimento cerâmico, os elementos relevados sobre as janelas e ainda o remate recortado da platibanda.




Pormenores da Ornamentação

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Torre da Couraça

Imediatamente fora do castelo em frente da porta da Conceição ha uma alta torre que nascendo da fundura do largo da Fabrica do Papel vem alcançar o nivel da porta sobredita. Esta torre foi sem duvida construida pelos mouros, porque avendo nos seus alicerces uma copiosa nascente de água quizeram deste modo conseguir o abastecimento desse genero tornando a praça assim inexpugnavel. A construção desta torre provavelmente foi começada quando a noticia das conquistas de D. Afonso Henriques obrigava os mouros a lançar mão de tudo quanto podesse contribuir para a segurança das suas praças e castelos. Depois da vila cair nas mãos dos cristãos, uma população de guerreiros, naturalmente não quizeram seguir com a obra, e foi a falta dela que deu em resultado o alcaide Camões ver-se obrigado a render o castelo em 1384.

Torre da Couraça á poucos anos


As paredes desta torre são de imensa grossura e fortaleza. Por dentro há um caminho que segue desde o cimo da torre até ao fundo e é tradição que há uma correspondencia secreta com o castelo intra muros por onde a guarnição ia buscar água ás escondidas. Esta torre não é unica no pais, em Silves havia uma semelhante. A casa que que se achava em cima da torre já demolida á alguns anos pertencia á Fabrica do Papel.

Torre da Couraça no ano de 1941

terça-feira, 28 de abril de 2009

Igreja de Santa Ana (Santana da Carnota)


« Ficou totalmente arruinada a capela-mor desta freguesia no terramoto de 1755, e se principia a reedificar a fundamentis», escreve em Agosto de 1759, o pároco da freguesia, Padre Manuel Maços. A actual igreja recentemente restaurada, é um elegante templo setecentista de belas e equilibradas proporções, de uma só torre e com um interior valorizado por um natável trabalho de pedra e estuque. A igreja está ornamentada por medalhões, molduras, festões e grinaldas, preciosamente modeladas em gesso. O altar-mor é de estuque policromado com tribuna e dois nichos laterais e o tecto, em abóbada de berço, está também ricamente decorado com aplicações de gesso.


Vista Interior da Igreja


Capela-mor



Tecto da capela-mor



Tribuna

A padoeira « Santa Ana », sentada com a Virgem (séc. XVII / XVIII), « Nossa Senhora da Conceição » em madeira policromada do século XVIII, « Santo António » e um « S. Sebastião» em calcário policromado, são belas imagens que podemos contemplar no interior da igreja.



Santa Ana sentada com a Virgem

Nossa Senhora da Conceição


Santo António


São Sebastião


Na sacristia do lado esquerdo há dois baixos relevos representando a «Senhora do Rosário retirando as almas do Purgatório», e uma «Custódia» de grande sentido decorativo. Na outra sacristia há uma terceira pedra, representando uma «Cruz Ornamentada» de desenho pouco vulgar.

Baixo Relevo
«Nossa Senhora do Rosário retirando as almas do Purgatório»

Baixo Relevo
«Custódia»

Baixo Relevo

«Cruz Ornamentada»


A casa baptismal é digna de referência com a sua pia baptismal e o tecto decorado com belas pinturas a fresco. No corpo da igreja do lado esquerdo encontra-se o púlpito em pedra trabalhada e madeira. E do lado direito ao lado da porta lateral está uma bela pia de água benta de pedra em esculpida em formato concha.


Pia Baptismal


Tecto da Casa Baptismal

Púlpito


Pia de Água Benta



Destacamos ainda o relógio de sol colocado numa das esquinas da sacristia e o belo trabalhado sobre a porta lateral.


Relógio de Sol


Porta Lateral

Igreja de Nossa Senhora Assunção (Cadafais)

A actual igreja foi erigida pelos anos de 1680 provavelmente quando a primitiva se tornou insuficiente para o numero crescente dos paroquianos mas já em 1627 se vê pelo cartório que o orago se havia mudado de Nossa Senhora das Candeias para Nossa Senhora da Assunção provavelmente por a primeira imagem ser velha e tosca e esta inovação ainda conserva. Na capela-mor ha um carneiro e na parede do lado do evangelho, uma lápide com o brazão da familia do primeiro fundador. Neste carneiro haverá 27 anos foi enterrada a condessa de Louzã, mulher do conde D. Diogo, e na ocasião do funeral, passando um dos padres pela capela-mor sem reparar no jazigo aberto, caio dentro, ficando tão magoado que em poucos dias morreu. Na sacristia há um lavatório de pedra fina que era do Convento de Santa Catarina da Carnota e foi dada a esta igreja pelo Sr. Adolpho Kantzou, ministro da Suécia, e a cruz que está no adro tambem é devida á manificiencia do mesmo senhor.
Fachada da Actual Igreja


Torre da Extinta Igreja