É um pequeno templo, com galilé, que fica junto da estrada que de Atalaia nos conduz à Merceana. O interior, em abóbada de berço, é de planta bastante simples. O arco do cruzeiro é em pedra lioz branca, com bases, cornijas laterais e fecho do arco em mármore rosa. Tem na nave dois pequenos nichos. O retábulo do altar-mor enche o fundo da capela. É um belo modelo do século XVIII de talha policromada em tons verde, vermelho, azul e dourado, com colunas salomónicas, mísulas, medalhões e dois belos anjos nos remates larerais do frontão. É de grande efeito decorativo e bom acabamento.
O sacrário, em talha dourada com quatro colunas torsas e frontão curvo interrompido, tem uma porta com um relevo de tema pouco vulgar em peças desta índole: uma «Flagelação de Cristo». No trono do altar está a padroeira, imagem de pequenas dimensões. Estão ainda no altar-mor duas imagens setecentistas de bastante mérito, «Nossa Senhora da Conceição» e «S. José com o Menino Jesus»: são em madeira estofada e policromada. Na sacristia há outras imagens de valor. De entre elas vamos destacar um «São Bartolomeu» em pedra com restos de policromia e um e um «Santo Antão» também de pedra policromada. Ambas têm caracteres estilísticos dos finais do século XVI. Há ainda na sacristia um belo lavabo do século XVIII. É de mármore com um alçado de grande efeito decorativo.
Numa dependência atrás da capela-mor está guardada uma velha pintura sobre tábua. É de grandes dimensões (2m x 1,45m). Está bastante suja e maltratada. O tema representado é a «Aparição do Veado a Santo Humberto» o patrono dos caçadores. É uma pintura seiscentista de alguma qualidade. Pelo seu estado corre riscos de se degradar completamente.
No adro, junto da Igreja, há um pequeno oratório ligado ao grande culto popular da Senhora da Saúde.
sábado, 6 de agosto de 2011
sexta-feira, 5 de agosto de 2011
Igreja de Nossa Senhora das Virtudes (Ruínas)
O pároco da freguesia, em 1758, faz a seguinte referência: « A igreja é grande e antiga, mas magestosa pela fábrica de três naves que lhe dão magestade e formosura: o Orago é Nossa Senhora das Virtudes, formosíssima imagem que o prior mandou fazer depois do terramoto pelos mais primorosos artifices de esculura e pintura que de presente tem a corte: é venerada no trono do altar mor onde tambem é singular objecto à devoção dos católicos uma venerada e respeitosa imagem de Cristo Crucificado: há mais na dita igreja quatro altares, de S. Pedro, S. Sebastião, Santo Antão e Nossa Senhora do Rosário.
No fatal estrago do terremoto do dia 1 de Novembro de 1755 padeceu abalo a Igreja Matriz nos arcos da nave que fica da parte do Norte, para onde os ditos arcos se inclinaram; e ainda hoje se amparam de grossos paus que os sustentam: a capela mor ameaçou grande ruina na abóbada, que abriu por várias partes, a que logo o prior acudiu e se reparou com toda a segurança».
Um século depois, em 1873, Guilherme Henriques descreve-a assim: « O interior do Templo é de um gosto singelo e primitivo. Da direita para a esquerda pesadas colunas e arcos góticos separam duas partes do corpo principal (...) No presente ano sofreu a Igreja uma completa reparação graças a um valioso subsídio concedido no tempo que o Exmo. Visconde de Chancelleiros esteve no ministério».
A lápide que ainda hoje se encontra na parede exterior da torre sineira assinala este restauro: EDIFICADA POR SUBSCRIÇÃO PAROQUIAL E MAIS DONATIVOS - 1899.
Da igreja actualmente restam as paredes larerais, a parede frontal, a capela-mor bastante degradada e a torre sineira.
A pia baptismal, de formato oitavado com arestas lisas, os vestígios do lançamento das arcadas que separavam as naves, o arco de um altar lateral e, nas paredes alguns azulejos enxaquetados assinalam ainda a riqueza do interior desta igreja.
Pensamos que as suas imagens se encontrem, hoje, na Igreja de Nossa Senhora da Saúde e na Capela de Atalaia.
No espaço interior há algumas lajes tumulares com inscrições, uma das quais brasonada.
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