tag:blogger.com,1999:blog-8037950387419755393.post6220255310424033724..comments2024-03-05T02:52:56.270-08:00Comments on Monumentos de Alenquer: Oratório de Santa Catarina (Alenquer)Monumentos de Alenquerhttp://www.blogger.com/profile/00399094013120825603noreply@blogger.comBlogger1125tag:blogger.com,1999:blog-8037950387419755393.post-35815154242916312492009-08-14T05:15:58.049-07:002009-08-14T05:15:58.049-07:00"- Salvador Ribeiro de Sousa, natural de Guim..."- Salvador Ribeiro de Sousa, natural de Guimarães, filho de pais<br />humildes, mas dotado, na frase de Vilhena Barbosa, de alma elevada,<br />coração nobre, peito esforçado e braço valente. Não podendo suportar<br />o jugo pesado da usurpação castelhana, vendo com mágoa a marear-se<br />no Oriente o brilho da nossa glória e prestes a desmoronar-se o<br />grandioso edifício levantado ali por Vasco da Gama, Afonso de<br />Albuquerque e outros ilustres capitães, e conhecendo finalmente, que<br />era a India o único campo onde se podiam exercitar livre e<br />honrosamente o valor e a devoção cívica dum bom português, deixa a<br />terra natal e parte para Lisboa, onde embarca para a India, como<br />soldado, na armada que saiu do Tejo em Março de 1587. Obrou<br />verdadeiras gentilezas no combate contra os turcos que juntamente<br />com os naturais defendiam a cidade de Alcobaça. Fez verdadeiros<br />prodígios de bravuras nas guerras em Columbo, Ceilão e outras terras<br />da África e Ásia e ao cabo de treze anos de muitos e mui distintos<br />serviços, Salvador Ribeiro achava-se tão adiantado na sua carreira<br />militar, como no dia em que assentara praça. Não podendo sofrer tal<br />injustiça, filha da malquerença duns e da inveja de muitos, resolve<br />deixar o serviço do Estado para ir correr, como aventureiro, por esses<br />mares e terras da India. Depois de ter obtido a baixa, embarca no ano<br />de 1600 no porto de Goa com destino às costas do Peru, acompanhado<br />de trinta e dois portugueses, a quem ele confiara o seu arrojado<br />projecto de fundar ali, a título de feitoria, uma fortaleza que viesse a<br />servir de porta franca e segura para os portugueses entrarem e<br />comerciarem livremente naquele fertilíssimo país. Com os seus<br />companheiros e sessenta naturais conseguiu em pouco tempo construir<br />na foz do rio Serião, primeiramente casas e depois trincheiras e<br />baluartes, com o pretexto de se defenderem contra alguma agressão<br />© Sociedade Martins Sarmento | Casa de Sarmento<br />10<br />dos piratas. Todas estas construções eram de madeira, mas muito<br />elevadas e fortes, podendo dizer-se uma perfeita fortaleza. Tendo<br />conhecimento disto vários régulos daquelas paragens, reúnem por<br />vezes numerosas forças e marcham contra Salvador Ribeiro tentando<br />destruir-lhe a fortaleza e expulsar os intrusos do seu território: mas o<br />nosso esforçado patrício, a quem nas mais apertadas crises jamais<br />arrefecera o ânimo, de todos triunfa brilhante e assombrosamente, até<br />que é finalmente aclamado rei pelos próprios inimigos que lhe<br />atribuíam um poder sobrenatural, chamando-o por isso o bravo dos<br />bravos, o Quiay ou Deus da terra! Pouco depois, para obedecer às<br />ordens do vice-rei da India, Aires de Saldanha, sem atender às<br />instâncias de seus já numerosos súbditos, desce com heróica<br />abnegação do trono, a que o elevara o seu valor e a vontade dum<br />povo, com dignidade verdadeiramente soberana. O herói de<br />assinaladas vitórias, o símbolo de abnegação e o exemplo vivo do mais<br />vivo amor da pátria deixou o Pegu e andou errante e solitário pela<br />Espanha e Portugal, apesar de o galardoarem em Madrid com uma<br />comenda de Cristo, até que veio falecer em triste solidão junto à vila de<br />Alenquer. O seu cadáver foi sepultado na casa do capítulo do extinto<br />convento de Santa Catarina, de Alenquer, onde mão amiga lhe mandou<br />gravar o seguinte epitáfio: Este capítulo e sepultura é de Salvador<br />Ribeiro de Sousa, comendador de Cristo, natural de Guimarães, a quem<br />os naturais do Pegu elegeram por seu rei."<br /><br />in http://www.csarmento.uminho.pt/docs/ndat/pcaldas/PCaldas056.pdftinahttps://www.blogger.com/profile/03663479719090629922noreply@blogger.com